Os resultados mais recentes do Panorama indicam que todas as 10 capitais avaliadas apresentaram evolução real no RevPAR frente ao mesmo período de 2024, sendo o avanço mais expressivo observado nos destinos com maior demanda de lazer.
Mariana Caselli
Sep 2025
A HotelInvest, com o apoio do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), apresenta a prévia trimestral do Panorama da Hotelaria Brasileira, com foco no desempenho do 2º trimestre e 1° semestre de 2025, permitindo comparações históricas com os últimos 6 anos. Adicionalmente, são exibidas as médias móveis de 12 meses da taxa de ocupação e da diária para cada uma das capitais analisadas.
Nessa edição, o estudo contempla 198 hotéis em 10 capitais (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), totalizando 37.402 unidades habitacionais. Confira o relatório interativo abaixo:
No segundo trimestre de 2025, a taxa média de ocupação no país registrou um aumento de 1,2% em relação ao segundo trimestre de 2024, apresentando um certo grau de desaceleração do crescimento puxado pelas capitais com foco no mercado corporativo, que registraram quedas de ocupação, pela menor quantidade de eventos, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, apesar da redução da taxa de ocupação em grande parte das capitais brasileiras analisadas, observou-se um incremento real (acima da inflação) relevante no RevPAR nacional, de 7,1%, crescimento puxado pelo aumento em diária média. Acompanhando a tendência no primeiro trimestre de 2025, em que houve um crescimento de 9,0% (em relação ao primeiro trimestre 2024).
Tratando-se do semestre, observou-se um crescimento de 2,6% em relação ao mesmo período de 2024. Esse incremento foi promovido pelas capitais com apelo para o público de lazer, atrelado ao alto custo das viagens internacionais, perpassando por um real ainda, consideravelmente, desvalorizado e a inflação elevada em destinos internacionais, favorecendo viagens nacionais. Para além, os feriados prolongados no primeiro semestre de 2025 e a atração de turistas advindos do Mercosul, principalmente da Argentina e Chile, impulsionaram a demanda hoteleira nacional nesse primeiro semestre. É importante destacar que a maioria das capitais apresentou uma queda na taxa de ocupação, com exceção de: Rio de Janeiro (17,2%), Fortaleza (8,4%), Belo Horizonte (1,5%) e Porto Alegre (30,8%). O bom desempenho das capitais carioca e cearense podem ser associados as fortes opções de lazer e atrativos turísticos nas cidades e o crescimento mais forte para esses mercados. Já no caso da capital mineira, o aumento pode ser associado ao crescimento da demanda durante o carnaval da cidade, cujo vem obtendo forte destaque nacional nos últimos anos. Por fim, o forte crescimento na capital gaúcha se refere à recuperação econômica estadual, pós enchentes no primeiro semestre de 2024.
Com relação ao RevPAR nacional no 1º semestre de 2025, observa-se um crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período em 2024, resultado acima da inflação brasileira, assim como nas análises trimestrais essa aceleração pode ser associada, principalmente, pelo crescimento real de 5,3% das diárias médias.
No primeiro semestre de 2025, o Rio de Janeiro apresentou crescimento de 39%, assumindo a liderança nacional em RevPAR, anteriormente ocupada por São Paulo. Também registraram avanços relevantes Fortaleza (15%), Salvador (10,9%), impulsionada por uma alta de 22,2% na diária média no segundo trimestre e Belo Horizonte (8,4%). O resultado dessas cidades reflete, em grande parte, a força do segmento de lazer, que se consolidou como o principal motor do mercado hoteleiro no período analisado. Merece destaque também a cidade de Porto Alegre, com crescimento de 32,6% em RevPAR, impulsionado pela retomada da demanda após as enchentes que impactaram a região no primeiro semestre de 2024.
Nas demais capitais, o crescimento foi mais moderado em comparação ao mesmo período de 2024. Recife (6,7%), Curitiba (4,3%) e Brasília (3,5%) registraram avanços mais expressivos, enquanto São Paulo (1,9%) e Manaus (1,1%) apresentaram desempenho limitado, impactados pela menor força do segmento corporativo no primeiro semestre.
De modo geral, a hotelaria brasileira segue com boas perspectivas, para o ano de 2025, sendo impulsionada principalmente pelo crescimento nas tarifas. Reforçamos mais uma vez o forte apelo do segmento de lazer, que tende a se manter ao longo do ano, favorecido pelo dólar elevado e pelos altos índices de inflação em mercados concorrentes, o que aquece a demanda nacional. Entretanto, para o segundo semestre, espera-se um retorno mais robusto de eventos e do corporativo para as demais capitais.