Panorama da Hotelaria Brasileira – Prévia do 1º trimestre de 2024

A análise dos dados mais recentes das 10 capitais apuradas no Panorama mostra que a diária média obteve crescimento real em todas as cidades, mas somente 3 tiveram crescimento de ocupação comparado com o mesmo período de 2023.

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Karen Mariano

Jun 2024

A HotelInvest, com o apoio institucional do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), acaba de lançar a prévia trimestral do Panorama da Hotelaria Brasileira, com foco nos dados do 1° trimestre de 2024, permitindo uma comparação de desempenho com os últimos 5 anos. Além disso, apresentamos também neste estudo, a média móvel de 12 meses da ocupação e da diária para cada uma das capitais analisadas no estudo.

Nessa edição, foi estudado o desempenho de 197 hotéis, que somam 35.749 UHs em 10 cidades brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). Confira o relatório interativo abaixo:

A nível Brasil, a ocupação do 1º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023 teve queda de 5,9% enquanto a diária média cresceu 5,0% em termos reais, o que resultou em uma diminuição de RevPAR de 1,3%. Esses níveis de desempenho rompem com a tendência de crescimento que vinha sendo visto ao longo de 2023 e que foram cruciais para recuperação do mercado hoteleiro pós pandemia.

O lado positivo é que as 10 capitais que são analisadas no estudo conseguiram aplicar aumentos reais em suas tarifas, ainda que de forma mais comedida. Os destaques ficaram para as cidades de Belo Horizonte (12,4%) e Recife (11,1%), muito devido à renegociação dos contratos corporativos; e também Salvador (20,6%), que teve um carnaval bastante aquecido.

Com relação à ocupação, apenas três cidades tiveram crescimento desse indicador: Manaus (5,7%), Salvador (2,2%) e Recife (13,4%), sendo que as duas últimas viram o corporativo mais presente nesse começo de ano e foram influenciadas pelo carnaval. Já Manaus foi beneficiada por um aumento da malha aérea, que trouxe, também, mais voos internacionais, e por eventos, como jogos de futebol, feiras de pesca e outros voltados aos públicos corporativo e religioso.

Em contrapartida, as cidades de São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte tiveram variação negativa de ocupação (9,2%, 7,2% e 7,2%, respectivamente). A capital paulista, especificamente, foi prejudicada na comparação porque em 2023 ela sediou vários shows internacionais em março, o que não aconteceu em 2024. Já os hotéis de Porto Alegre e Belo Horizonte sentiram que a demanda de lazer (que foi muito forte em 2023 uma vez que essas cidades são rota para aqueles que vão à Gramado e às cidades históricas de MG) estava menos aquecida e que parte do corporativo acabou migrando para empreendimentos com tarifas mais baixas e que não fazem parte da amostra aqui analisada.

Por fim, o RevPAR, mesmo com a queda da ocupação na maioria das capitais e crescimento modesto de diária, teve aumento real em 6 das 10 cidades, sendo que a retração na ocupação que puxou o indicador para baixo em Brasília (-3,4%), Porto Alegre (-4,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e São Paulo (-6,6%).

Apesar da hotelaria ter iniciado 2024 com um desempenho comedido, os próximos meses do ano parecem estar mais animados, especialmente ao longo do segundo semestre, uma vez que há previsão de que alguns congressos e shows internacionais importantes acontecerão nesse período.