A análise dos dados mais recentes das 10 capitais apuradas no Panorama mostra que todas as cidades apresentaram crescimento real em RevPAR, em relação ao mesmo período de 2024.
Mariana Caselli
Jun 2025
A HotelInvest, com o apoio do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), apresenta a prévia trimestral do Panorama da Hotelaria Brasileira, com foco no desempenho do 1º trimestre de 2025 e comparações históricas com os últimos 6 anos. Adicionalmente, são exibidas as médias móveis de 12 meses da taxa de ocupação e da diária para cada uma das capitais analisadas.
O estudo contempla 185 hotéis em 10 capitais (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), totalizando 33.303 unidades habitacionais. Confira o relatório interativo abaixo:
A taxa média de ocupação no país registrou um aumento de 3,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024, mantendo uma trajetória de crescimento moderado. A valorização do dólar foi um fator decisivo para esse resultado, que apesar do alto custo de passagens aéreas, estimulou a demanda pelo turismo doméstico. Esse movimento impulsionou principalmente o turismo de lazer local, grande responsável pelos indicadores positivos observados no período analisado.
A maioria das capitais apresentou avanço na taxa de ocupação, com destaque para Rio de Janeiro (17,8%), Porto Alegre (11,1%) e Belo Horizonte (10,1%). O bom desempenho das capitais carioca e mineira deve-se, em grande parte, à movimentação turística gerada pelo Carnaval e eventos. Já o crescimento de Porto Alegre está relacionado, principalmente, à realização de diversos eventos que atraíram visitantes com diferentes motivações, para além do lazer.
Em contrapartida, apenas duas capitais registraram queda de ocupação: Manaus (3,7%) e Recife (3,3%). Os motivos para esse desempenho são variados: em Recife, o desempenho abaixo do esperado pode ser parcialmente atribuído ao feriado de Carnaval, que, embora tenha movimentado a cidade e mantido o volume de diárias em patamar semelhante ao do ano anterior, não superou a demanda registrada no mesmo período de 2024; já em Manaus, a queda em ocupação, em relação ao mesmo período de 2024, se explica pela menor quantidade de eventos realizados, sobretudo nos meses de janeiro e fevereiro em comparação ao ano anterior.
Além da elevação na ocupação nacional, observou-se também um aumento real de 5,4% na diária média do país. Todas as capitais conseguiram aplicar reajustes acima da inflação com exceção de Porto Alegre, que registrou queda de 3,6% nesse indicador. Destacam-se os avanços do Rio de Janeiro (+16,3%), que a partir do Réveillon começou a praticar diárias mais altas e Recife (7,6%), impulsionado pela modernização dos hotéis que após reformas buscam o reposicionamento no mercado através do aumento das tarifas, e Fortaleza (5,8%), que assim como outras capitais foi beneficiada pelo Carnaval em março, que estendeu a temporada de férias, além de um aumento no número de voos para a região.
A combinação de crescimento tanto na ocupação quanto na diária média resultou em um avanço real de 9,4% no RevPAR nacional. Seguindo essa tendência, todas as dez capitais analisadas apresentaram aumento real nesse indicador, novamente com destaque para Rio de Janeiro (37%), Fortaleza (14,3%) e Belo Horizonte (13,6%).
A hotelaria brasileira segue com boas perspectivas, para o ano de 2025, sendo impulsionada principalmente pelo crescimento nas tarifas. Destaca-se o forte apelo do segmento de lazer, que tende a se manter ao longo do ano, favorecido pelo dólar elevado e pelos altos índices de inflação em mercados concorrentes.